Religião e Cultura

Religiões Afro-Americanas

As religiões afro-americanas são práticas e crenças que se organizaram em toda a América desde o século XIX, e que mantém alguma referência aos antigos sistemas rituais africanos. As etnias africanas vítimas do processo de escravização buscaram reconstruir no Novo Mundo os antigos sistemas de relações sociais e cosmológicas de suas terras natais. Recriando seus territórios sob as novas condições e em constante troca com as crenças e práticas dos nativos americanos e dos colonizadores europeus, nasceram religiões afro-americanas, como santeria e lukumi (Cuba), vudu (Haiti), candomblé, batuque, xangô, tambor de mina e umbanda (Brasil), entre outras.

O principal ponto comum a estas religiões é o culto de possessão dedicado a entidades denominadas orixás, inquices ou voduns. O sacrifício difundido. Além disso, também são comuns técnicas oraculares como o jogo de búzio (Brasil) e o oráculo de Itá (Cuba). Outra característica é a incorporação de elementos do cristianismo, principalmente pela identificação dos deuses africanos aos santos católicos. Esse mecanismo, conhecido como “sincretismo, ajudou seus praticantes a a evitarem perseguições e perpetuarem seus ritos. No Brasil, entre inúmeros outros cultos , os mais conhecidos são o candomblé e a umbanda, que são encontrados por todo o território nacional.

Candomblé

Estruturado a partir da reunião de africanos de distintas origens, organiza-se em torno da constituição de famílias de santos cuja figura central é o pai (babalorixá) ou a mãe (yalorixá) de santo, e que compartilham uma mesma energia denominada axé. O axé constitui todas as coisas e fenômenos do mundo. Em cada terreiro ocorre o culto aos orixás, que são ao mesmo tempo ancestrais míticos, forças e elementos da natureza, e também, energias que habitam e compõem os corpos dos religiosos iniciados. Há ainda um deus supremo, Olodumaré, criador do mundo, dos orixás e de todas as coisas.

O processo de iniciação no candomblé, mediado pela figura do pai ou mãe de santo, tem a ver com a consolidação e o fortalecimento das relações entre o filho de santo que se inicia e os orixás que o “governam”. As práticas rituais e os sacrifícios servem para manter estas relações de troca de axé entre o religioso e seus ancestrais. Os iniciados ainda devem cumprir ritos periodicamente para seus orixás.

Umbanda

É composta a partir do candomblé, do espiritismo kardecista, das mitologias indígenas e do catolicismo. Apesar dos esforços contrários, cada tenda apresenta práticas diversas. De modo geral, os umbandistas acreditam na existência de um Deus único chamado Olorum e nos demais orixás, muitas vezes identificados com santos católicos; em guias espirituais (ciganos, pretos-velhos, caboclos, exus, pombagiras, etc); na reencarnação; na lei de causa e feito relativa às ações na terra e na evolução espiritual.

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